segunda-feira, 13 de agosto de 2018

ÉTICA EMPRESARIAL E A RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL


ÉTICA EMPRESARIAL E A RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL
Leandro Juliatti Venturoso

Sinopse: Este artigo tem o intuito de demonstrar ao administrador,que ética e responsabilidade social e ambiental, são idéias que estão no centro das tendências mais importantes da administração contemporânea, fatos que tornaram essenciais para o sucesso do administrador do terceiro milênio. Dentro deste contexto, demonstrando também a evolução da ética, bem como as dificuldades que as pessoas encontram em identificar e procurar caminhos para solucionar os problemas advindo destas questões, ou seja, encontrar respostas para a seguinte pergunta: Por que a ética e a responsabilidade social e ambiental tem aparecido como uma estratégia, não apenas de sobrevivência, mas, sobretudo de expansão dos negócios?
Palavras-chave: Ética, Responsabilidade Social e Ambiental, desenvolvimento e Empreendedorismo.

1. Objetivos - Objetivo Geral
Analisar a importância da aplicação da ética empresarial e, da responsabilidade social e ambiental das organizações, uma vez que estas são questões essenciais para o progresso de uma organização do terceiro milênio.

Objetivo Especifico - São eles:
Analisar os conceitos de ética e sua abrangência na administração das organizações.
 Demonstrar a evolução da ética através de três filósofos: Aristóteles, Kant e Hegel.
 Identificar a relação e os problemas relacionados à ética empresarial e a responsabilidade social e ambiental, com o melhoramento do desempenho das organizações.
 Buscar soluções alternativas para as questões tratadas neste artigo.

2. Introdução
Esta pesquisa irá enfatizar a questão da ética empresarial e da responsabilidade social e ambiental, demonstrando a importância destas questões para a sobrevivência de uma organização.
De acordo com o dicionário, ética é definida como, do Grego Ethos, tem a mesma base etimológica da palavra moral, do Latim Mores, traduzidos como hábitos e costumes, que traduzem normas e comportamentos que se tornam habituais. A ética também compreende uma critica sobre os fundamentos do sistema moral.
Os fundamentos da ética, desde a antiguidade, têm participado da construção do sistema de valores, como serão tratados através de três filósofos: Aristóteles, Kant e Hegel, todos em períodos distintos da história.
Atualmente a questão da ética e da responsabilidade social e ambiental, esta sendo encarada como a grande oportunidade de crescimento e competitividade, ou seja, que a ética não deve ser entendida como ameaça ou obstáculo, mas como alavanca para o sucesso das empresas. No entanto, não se deve esquecer dos papeis das empresas perante a sociedade, ou seja, ficar atento as responsabilidades para com a sociedade, e não ficar preso aos interesses dos acionistas.

3. Ética Numa Perspectiva Histórica
A ética vem sendo estudada e discutida, desde a antiguidade, com base nos valores e costumes da sociedade, exemplo disto foi o filósofo Aristóteles (384 – 322 a. c.), que criou uma ética baseada nas virtudes e no bem-estar das pessoas, definida com o termo “Fins do Ser Humano”, ou seja, envolve os objetivos a curto prazo e os seus projetos de vida, tendo a razão e a virtude como meios de encontrar a felicidade. Segundo Aristóteles, “Não se estuda ética pra saber o que é virtude, mas, para aprender a tornar-se virtuoso e bom; de outra maneira, seria um estudo completamente inútil.” (ARISTÓTELES, apud ARRUDA, 2003 p. 43).
Na Idade Moderna o conhecimento humano se pauta pela razão em detrimento da fé, tendo como filosofo principal Kant (1724 – 1804). Ele buscava uma ética universal baseada na igualdade entre os homens, não podendo exigir do próximo o que não se exige de si próprio. A ética kantiana pode ser considerada como a ética do dever, onde a moral tem a ver com a racionalidade do sujeito, e não basicamente com aspectos exteriores como leis, costumes e tradições.
Já Hegel (1770 – 1831), vincula a ética à História e à Política, baseada nas atitudes do homem na sociedade Política e no momento histórica. Atualmente a tendência é valorizar a posição de liberdade, enquanto o ideal da ética privilegia o aspecto pessoal da ética, como a autenticidade e a busca de uma vida mais justa, procurando despertar nos indivíduos uma consciência ética e crítica em prol de uma sociedade mais livre e mais humana.

4. Ética Empresarial
Dentre as razoes que têm impulsionado a ética no ambiente empresarial destacam-se os altos custos de escandalosos nas empresas, acarretando perda de confiança na reputação, multas elevadas, desmotivação dos empregados, entre outros. Dentro deste contexto, podemos citar algumas razoes para o “surgimento” da ética empresarial, como: urgência em recuperar a confiança na empresa; necessidade de tomar decisões à longo prazo; responsabilidade social das empresas; necessidade de uma ética nas organizações que estabeleça o papel do diretor e o meio para recuperar a comunidade frente ao individualismo.
Devido à necessidade de fundamentar a ética empresarial, surge a introdução dos chamados “Códigos de Ética Empresarial”, que oferece as seguintes vantagens:
“Ajudar a difundir os elementos da cultura organizacional, melhora a reputação da empresa, oferece proteção e defesa contra processos judiciais, melhora o desempenho da empresa, melhora o comportamento dos subordinados (honestidade e fidelidade), cria um clima de trabalho integral e de perfeição,criar estratégias para evitar erros em matéria de ética, assimilar as mudanças da organização, estimular comportamentos positivos, ajudar a satisfazer a necessidade do investidor, ajudar a proteger os dirigentes de seus subordinados e vice-versa.” (MERCIER, 2004 p. 98).
Ao analisarmos a ética no contexto empresarial precisamos inicialmente compreender sua dimensão nas empresas e a relação com a moral da empresa e do ser humano:
“A ética dos negócios é o estudo da forma pela qual normas morais, pessoais se aplicam à atividade e aos objetivos da empresa comercial. Não se trata de um padrão moral separado, mas do estudo de como o contexto dos negócios cria seus problemas próprios e exclusivos a pessoa moral que atua como um gerente desse sistema.” (NASH,1993 p. 93, apud BOWDITCH).
Outro problema relacionado à ética nas organizações é o excesso de burocracia, ocasionando insatisfação dos clientes. Dentro do cenário brasileiro está se formulando uma nova forma de trabalho, nela a ética é considerada como grande interesse empresarial e fator de competitividade, atraindo maior confiabilidade e consistência.
Neste contexto, os valores mais importantes são: o talento, a inteligências, o relacionamento e a marca. Onde a responsabilidade social tem papel predominante, com relação a esses valores. O relacionamento com a comunidade, deve seguir padrões éticos, no sentido de estimular o compromisso social das empresas.

5. Responsabilidade Social das Organizações
a responsabilidade social é uma exigência básica à atitude e ao comportamento ético, através de praticas que demonstrem que a empresa possui uma alma, cuja preservação implica em solidariedade e compromisso social.
A preocupação das empresas com as causas sociais tem se tornado uma questão estratégica e de sobrevivência, pois durante anos as empresas só se preocupavam com a qualidade de seus processos, hoje um bom produto, serviço e preso competitivo deixou de ser vantagem e passou a ser obrigação, juntamente com qualidade no relacionamento com os diversos públicos estratégicos.
Atualmente as empresas devem ficar atentas a temas como: erradicação do trabalho infantil, regularizar o trabalho do adolescente, prorrogação do período de licença maternidade e defesa de um meio ambiental sustentável. Ou seja, as empresas, cada vez mais, passa a assumir o papel de empresa cidadã, conforme os interesses e necessidade da sociedade.
Mesmo porque, a busca pela consolidação de uma imagem socialmente responsável faz com que o meio empresarial busque formas de melhorar seu relacionamento com o meio ambiente e a sociedade, de modo a contribuir para o desenvolvimento social e econômico, do qual depende para sua sobrevivência. Por este motivo, seja de forma espontânea, ou por pressão da sociedade, as empresas publicas e privadas tem o dever de assumir uma postura consciente e responsável pelo bem-estar da sociedade onde exerce sua atividade.

6. As Organizações e o Ambiente
Nos últimos anos, cresceu o interesse das empresas em relação a danos provocados ao meio ambiente e, no futuro das relações entre a sociedade e o ambiente. De modo geral o ambiente é considerada uma questão sistêmica, envolvendo todas as noções e o comportamento de cada pessoa, pois as necessidades humanas precisam ser atendidas por algum tipo de produto ou serviço que, por sua vez, cobra um preço da natureza. De forma desequilibrada a produção de bens e serviços irá comprometer a capacidade de renovação dos recursos naturais e a qualidade de vida, ou seja, se continuarmos desta forma a sobrevivência da espécie humana ficará comprometida pelo atendimento de suas necessidades.
Em busca de soluções, muitos governos estão restringindo algumas atividades econômicas que exerça algum pito de impacto sobre o ambiente, exigindo das organizações a inclusão do ambiente em suas praticas administrativas, por meio do desenvolvimento sustentável e respeito da legislação ambiental.
A idéia de desenvolvimento sustentável foi estabelecida pela Comissão Mundial do Ambiente e do Desenvolvimento como: “O desenvolvimento que atende as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de atendimento das necessidades das gerações futuras.”
Já o conceito de desenvolvimento sustentável vai além da simples preservação dos recursos da natureza:
“... é um processo participativo que cria e almeja uma visão de comunidade que respeita e usa com prudência todos os recursos – naturais, humanos, feitos pelas pessoas, sociais, culturais, científicos, e assim por diante. A sustentabilidade procura garantir, o Maximo possível, que as gerações atuais tem elevado o grau de segurança econômica e possam ter democracia e participação popular no controle das comunidades. Paralelamente, as gerações atuais devem manter a integridade dos sistemas ecológicos dos quais dependem toda a vida e a produção. Devem também assumir responsabilidades em relação às gerações futuras, para deixar-lhes a mesma visão.”. (VIEDERMAN, 1994 p.73, apud MAXIMIANO)
Segundo o Instituto dos Recursos Mundiais, uma organização só poderá alcançar seus objetivos econômicos se respeitar os objetivos sociais e ambientais, como: educação, saúde, distribuição igualitária dos recursos e uma base sustentável de recursos naturais.
A Lei de Proteção Ambiental Brasileira é a lei nº 6938, de 1981, a Lei da Política do Meio Ambiente. Esta lei indica vários instrumentos ambientais, tais como:
 Licenciamento ambiental, que é “...o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, aplicação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou que possam causar degradação ambiental”. (lei nº 6938, de 1981, apud MAXIMIANO)
 A avaliação de impacto ambiental, sempre que houver a possibilidade de significativa degradação do meio ambiente.
 Responsabilidade civil ambiental, o agressor responde administrativa, civil e penalmente por seu ato.
Um artigo da Constituição Federal diz:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. (art. 225, de 1988, apud MAXIMIANO)

7. Considerações Finais
Como foi visto a ética vem sendo discutida e utilizada desde a antiguidade, com base em um sistema de valores, cujo qual veio sofrendo mudanças, principalmente no mundo atual onde estas questões estão sendo mais valorizadas pela sociedade e pelas empresas.
No âmbito empresarial a ética está sendo considerada não apenas como meio de sobrevivência, mas sim, como instrumento de expansão dos negócios. Mesmo porque a ética empresarial surgiu como meio de recuperar a confiança na empresa, tanto dos funcionários, quanto dos clientes, para isto se utilizam do chamado “Código de Ética Empresarial”, que visa melhorar a imagem e o desempenho das empresas perante a sociedade.
No entanto, nada adianta uma empresa aparentar ser eticamente correta, dentro deste contexto, se ela não assumir uma política de responsabilidade social e ambiental. A partir de planejamento e execução de ações socialmente responsáveis, que consolidem projetos relacionados ao meio ambiente, à melhoria do ambiente de trabalho, entre outros, um novo posicionamento empresarial e novas relações, fundamentadas numa atuação ética, deverão ser estabelecidas com funcionários, consumidores, comunidade, enfim com a sociedade de um modo geral. Percebe-se, desta forma, que os profissionais de comunicação passam a desenvolver junto às organizações uma postura social e ética mais voltada à qualidade de vida da sociedade.
Com base no que foi exposto, pode-se dizer que ética empresarial e a responsabilidade social e ambiental não é assunto para as horas vagas, é filosofia e prática de empresa. Significa não ao individualismo e aos seus subprodutos: egocentrismo e corporativismo. Não ao autoritarismo e suas subdivisões: o totalitarismo político, com centralização do poder; totalitarismo organizacional, com o comportamento burocrático; o totalitarismo emocional, com o paternalismo. Ou seja, a ética é a alma do negócio. É o que garante o conceito público e a perpetuidade, sem princípios éticos é inviável a organização social.

8. Referências Bibliográficas
MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à Administração. 6 ed. ver. e ampl. São Paulo: Atlas, 2004.
ARRUDA, Maria Cecília Coutinho; WHITAKER, Maria do Carmo e RAMOS, Jose Maria Ramos. Fundamentos da Ética Empreendedora e Econômica.2 ed. São Paulo: Atlas S/A, 2003.
MERCIER, Samuel. L’Ethique Dans Lês Entreprises. Nouv Edition. Paris: La Decouverte, 2004. Tradução: Marta Marília.
PASSOS, Elizete. Ética nas Organizações. São Paulo: Atlas, 2004.
BOWDITCH, Jaimes L.; ANTHONY, F. Buono. Elementos do Comportamento Organizacional. São Paulo: Pioneira, 1992.
Hppt:// WWW. Criticanarede.com. Acesso em 18 fev. 2007.

FONTE:
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/etica-empresarial-e-a-responsabilidade-social-e-ambiental/23198/

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